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Revista Marie Claire
10/05/22
CAROLINA INGIZZA
REGIÃO
Sudeste
LOCALIDADE
Brasil - São Paulo
CIRCULAÇÃO
75.864

EM UMA MESMA SEMANA, em janeiro deste ano, a então presidente da multinacional Takeda no Brasil, Renata Campos, recebeu duas notícias que mudariam completamente sua vida. Aos 44 anos, descobriu estar grávida de seu primeiro filho. Ao mesmo tempo, foi promovida a presidente de Mercados Emergentes e Crescimento da farmacêutica japonesa, segmento sediado em Singapura e responsável pela gestão da operação da empresa em mais de 50 países “A Takeda investe em planejamento de carreira, então eu estava me preparando para este próximo passo: ampliar o escopo e assumir mais mercados", conta. Ela só não imaginava que seria tudo ao mesmo tempo. “Mas fui tão acolhida, ganhei tanto apoio que fiquei ainda mais confiante de minhas escolhas", completa

Há 17 anos na casa, Renata passou por diferentes cargos, em diversos lugares do mundo, e tem como característica o claro entendimento de que envolvimento social e questões humanitárias são indissociáveis dos propósitos técnicos científicos da indústria farmacêutica. "Nus mercados em que atuo, temos uma grande oportunidade em melhorar os sistemas de saúde Contribuir não só com o fornecimento de medicamentos inovadores, mas lambem ajudar na formação dos mercados. Atuar na jornada do paciente prevenção, diagnóstico, tratamento. A minha realização é poder contribuir com o ecossistema completo", revela.

VERSÃO BRASILEIRA

Os projetos implementados por Renata no país, não raro, se tornam referência para outras bases. Uma das iniciativas com potencial para ser replicada mundo afora é o Voluntários do Sertão, programa que leva médicos e aparelhos de endoscopia para diagnóstico em lotais de atendimento precário, desenvolvido em parceria com o grupo Fleury. A executiva também chama a atenção para os programas de formação, como o de educação medica continuada. Nessas iniciativas é possível trocar experiências e capacitar profissionais para atender casos cie maior complexidade onde há carência de médicos especializados sobretudo na área de doenças raras "A ideia é sempre olhar de maneira mais ampla para as necessidades de diagnóstico e prevenção . diz Renata, lembrando que a Takeda esta prestes a Linear a vacina contra a dengue, que está em processo de aprovação mas agências sanitárias cie diferentes países e planejada para chegar ao mercado ate o início de 2023.

A estreia no segmento de imunização legitima os esforços voltados para a prevenção de doenças endêmicas, consideradas problemas de saúde pública em muitos países do sudeste da Ásia. África, América Latina e Oriente Mérito, uniu oportunidade para a gente atuar de maneira preventiva junto aos governas, olhar para tudo o que a gente tez no Brasil as parcerias, o cuidado amplo sobre o paciente. cada lugar tem uma demanda diferente, necessidades específicas. I: pensamos em oportunidades e estratégias diferentes para cada um desses países . conclui.

DE DENTRO PARA FORA

Para além deus projetos de mercado e de público, uma das questões que está no topo de prioridades de Renata é o compromisso em promover um ambiente de trabalho seguro, saudável, inclusivo, igualitário e livre de discriminação. Assim, a executiva acompanha e estimula de perto políticas internas de Diversidade e Inclusão. Desde 2019, a Takeda está investindo no letramento da companhia no Brasil e na formação de grupos, como o de gênero, gerações, racial, LGBTQIAP+ religiosidade e espiritualidade, e ainda um de país, familiares e cuidadores de pessoas com doenças raras.

Os projetos estão fundamentados cm todos os espectros da diversidade, incluindo a descoberta e retenção de talentos, incentivos proporcionais para estudo de idiomas (quanto menores os salários maiores são os reembolsos), licença parental para todos os formatos familiares (casos de adoção e pais com parceiras que não tem direito ao benefício também são contemplados) e, sobretudo, as práticas que garantam equidade “Na Takeda, 53% do quadro é feminino, mesmo nos cargos de liderança conta Renata, que identificou o desnível salarial entre homens e mulheres. “A partir desse levantamento, criamos estratégias que privilegiam a promoção de mulheres, com salários equiparados", pontua.

MUNDO NOVO

Com tanto volume e relevância sobre novas políticas e estratégias de inovação, uma pergunta e inevitável: "Como implementar ações tão contemporâneas em uma empresa de 240 anos de história?" A resposta vem rápida e objetiva: "Da herança centenária de uma companhia sólida e resiliente, o que fica hoje são os valores. A forma como os colaboradores são empoderados para tomar decisões. É uma empresa globalizada, abrangente”, afirma. Basta dizer que, em 2013, aos 36 anos, ela, uma brasileira, foi convidada para ser presidente da Takeda na Turquia "Tenho a impressão de que todo o ano eu entro em uma empresa nova, de tanta renovação", conclui. Ao que tudo indica, acreditar no potencial de seus próprios funcionários e garantir autonomia nas decisões são os trunfos mais certeiros da sabedoria secular. ■

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